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ChatGPT - de marolinha a tsunami


A cada cerca de 10 anos, o mundo se depara com uma nova tecnologia que chega para mudar tudo, desbancando as tecnologias anteriores e criando novos mercados e novos paradigmas na economia e na sociedade! Foi assim com a chegada dos PCs com o lançamento do Apple II em 1977, a chegada da internet nos anos 90 aos lares e finalmente em 2007 o lançamento do Iphone. Tecnologias e companhias que pareciam monopolistas e potencias inabaláveis viram seus domínios desaparecerem em questão de poucos anos, e algumas conseguiram se reinventar (como a IBM) e outras praticamente morreram (alguém ainda lembra do Blackberry?).


Passados mais de 15 anos desde a nossa última grande revolução, no final de 2022 o mundo viu o que parecia ser uma marolinha e está claramente virando um grande tsunami: foi lançado pela OpenAI o ChatGPT. De cara, a tecnologia já desbancou todas as anteriores em velocidade de adoção, atingindo mais de 1 milhão de usuários em poucos dias, e atualmente se estima que já tenha mais de 100 milhões de usuários. Este número não para de crescer e cada dia que passa novas aplicações são descobertas e o céu parece o limite para este simpático robô.


O que parecia um simples chatbot, ou um Wikipédia interativo está se mostrando uma forte ferramenta de otimização de tarefas intelectuais, com algumas pessoas comparando a chegada do ChatGPT à revolução trazida pelo arado mecânico na agricultura, só que desta vez a produtividade é justamente a nossa capacidade de gerar trabalho ou tarefas intelectuais. Mesmo sem integrações/API devidamente rodando, já se começam a vislumbrar aplicações infinitas.


Quer pedir uma pizza? Pra que ir no Yelp e depois no ifood, se você pode simplesmente escrever no ChatGPT: “quero a melhor pizza napolitana da cidade, que chegue em 30 minutos e custe menos de R$ 50,00”. Automaticamente o robô baseado na Azure vai buscar todas as pizzarias da cidade, vai entrar nas plataformas de delivery e ver qual entrega mais rápido, vai entrar no Yelp, Guia Michelin, revistas, blogs e jornais para descobrir quais são as melhores avaliadas e em menos de 30 minutos esta pizza estará na sua porta.


Já sabendo programar em diversas linguagens, a plataforma começa a escrever linhas de códigos com base em pedidos simples de seus usuários, realizando em questão de segundos o que um experiente desenvolvedor levarias horas ou talvez dias. Está com preguiça de ler um livro? Sem problema, ele escreve um resumo de qualquer obra que você pedir, e se achar o resumo longo, pode pedir para ele fazer em exatamente 200 palavras que ele vai entregar. Ou se quiser, ele também faz o contrário, conte a ele um resumo de uma história e ele fará um poema, um artigo ou até um livro todo. As aplicações são infinitas e graças ao volume estratosférico de dados disponível na internet, ele vai evoluindo e aprendendo cada vez mais.


Cada nova aplicação, surge uma nova oportunidade de negócio, e é aqui que a coisa começa a ficar feia! O Google possui uma liderança importante no mercado de buscas, tendo uma posição praticamente monopolística em alguns espectros, mas finalmente começa a enfrentar um verdadeiro concorrente. Afinal, porque diabos eu preciso entrar em 10 sites para buscar resumos de livros, ou descobrir qual a melhor pizza, se simplesmente eu posso pedir para o ChatGPT e ele me dá o resultado?


O modelo de negócios de vender clicks claramente pode estar mudando para o negócio de vender informações mastigadas, e isso é uma péssima notícia para o Google, que agora enfrenta um momento de se reinventar como a IBM, ou correndo o risco de virar o Blackberry. Para piorar, o grande financiador e parceiro da OpenAI (criadora do ChatGPT) é nada mais nada menos que a poderosa Microsoft que investiu mais de US$ 10 bilhões na tecnologia, emprestando usa Cloud para isso, e já começando a lançar as primeiras integrações com seus produtos, notadamente o Bing, sua ferramenta de busca.


A primeiro round dessa disputa foi uma surra para ChatGPT, uma vez que o Google se apressou para lançar o seu concorrente, o Bard, que se mostrou um grande fiasco, errando uma resposta simples e objetiva. Os próximos rounds começaram agora, e deverá ser uma luta longa e dura, quando a Microsoft promete integrar a seus produtos, especialmente as ferramentas de trabalho (Teams) e o pacote Office, e novos concorrentes começam a surgir, com boatos de que Apple e Meta/Facebook já trabalham nas suas versões, e bilhões de dólares já estão sendo investidos em startups que prometem novidades no mercado, com destaque para a Anthropic que levantou US$ 300 milhões do próprio Google.


Ainda é cedo para dizer se haverá um vencedor nesta disputa, ou se todos serão vencedores, em detrimento de outras indústrias e profissões. Apesar de ter tomado um gancho de esquerda e um cruzado de direita logo no primeiro round, o Google tem todas as armas e ferramentas para se defender: já é líder do mercado, possui uma quantidade de dados (matéria prima básica de qualquer AI), é dona do seu navegador e possui um ecossistema muito mais amplo para aplicações no dia-dia. Facebook por outro lado, possui todos nossos dados e informações sociais. Apple está conosco quase 24 horas por dia e possui dados detalhados sobre a saúde e estilo de vida dos usuários do Watch. Amazon sabe seus hábitos de compra e conhece bem todos os produtos do mundo.


A luta será feroz, mas acredito que todas as big techs tem capacidade de desenvolver business gigantes e de infinitas possibilidades, cada um no seu nicho, cada um na sua aplicação e cada um no seu estilo. A única certeza que tenho é que no final, além de nós usuários, as big techs serão as vencedoras, e mesmo que ações do Google tenham sofrido nas últimas semanas com o risco de concorrência, o ChatGPT ainda está muito distante de retirar receita do Google que segue com a sua máquina de imprimir dinheiro saudável e tem um universo de possibilidades pela frente.


Os próximos rounds serão emocionantes, e com certeza tem que ser acompanhado de perto por todos! Boa sorte e bem vindos à nova revolução!


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